segunda-feira, 2 de março de 2015

Nosso maior dever...



Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor
(Ivan Lins)
PostBernadete Schleder

Ser membro de uma família acarreta em direitos e deveres inquestionáveis. Temos o encargo do cuidado com todos os familiares, é o que a legislação denomina de “dever de solidariedade”. Porém, nenhuma obrigação é maior e mais importante do que o dever que assumimos com a paternidade.
A vida com que presenteamos o mundo é de nossa total responsabilidade. Ela é o bem mais precioso e também o mais frágil. Dela depende o bem estar e mesmo a sobrevivência da humanidade. Uma criança é o futuro antecipado. Quando tomamos conhecimento de situações de agressão familiar aos pequenos, somos acometidos de revolta e indignação. Porém as agressões podem estar disfarçadas, acobertada pela “boa aparência” e dissimulação. Ela pode estar acontecendo do nosso lado, aliás, podemos ser os próprios agressores, através de nossa indiferença, omissão, preconceito ou desconhecimento.
Lembro-me de que, há alguns anos, existia um movimento chamado “Escola de Pais”, onde um grupo de voluntários promovia encontros e palestras em escolas, igrejas, associações comunitárias, objetivando, através do diálogo e aconselhamento, conscientizar os pais sobre a responsabilidade e a importância de seu papel. Pessoas das mais variadas profissões e atividades disponibilizavam um pouco de seu tempo em prol da valorização e saúde da família.
Nas pequenas escolas de periferia onde trabalhei, assisti a muitos desses encontros. A participação dos pais e mães convidados era reduzida, normalmente formada na sua maioria pelo público feminino, e, muitas vezes, aquele que ali comparecia, era o mais consciente acerca de seu  papel e responsabilidade. Sua presença e aceitação ao convite já evidenciava isso. Porém, eram encontros produtivos, com relatos de experiência, aconselhamento e ensinamento. Lembro que na despedida, a gratidão e a valorização eram evidenciadas na expressão de cada participante, especialmente através de sorrisos.
Sei que as escolas e professores estão assoberbados nas suas tarefas inerentes. Porém, essa é a instituição de maior poder de penetração junto à população. É um espaço que pode e deve ser aproveitado para iniciativas desse porte, e certamente existem muitos voluntários para ajudar a organizar e participar dos encontros. Temas como planejamento familiar, saúde e higiene, sexualidade, resolução de litígios familiares, direitos, violência familiar, ecologia, e outros, poderiam ser abordados. Não necessariamente por especialistas, mas por qualquer pessoa que tivesse um pouco de conhecimento, boa vontade,  capacidade criativa ou mesmo liderança na promoção de debates e diálogos reflexivos.
Isso também é educação, é solidariedade, é convivência social, é promoção da dignidade humana. Afinal, somos todos moradores do mesmo mundo. Nossa “habitação comum” faz com que os problemas sociais afetem a todos diretamente, assim, o comprometimento também deve ser de todos.  O futuro pertence aos nossos filhos, mas ele só existirá se assumirmos nossa responsabilidade no presente.

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