domingo, 5 de janeiro de 2014

Final de um ano, início de um outro...

  1.                                                           

    Os finais de ano têm como característica o cansaço generalizado. Não há quem não diga que está precisando de férias. Os dias quentes se arrastam feito tartarugas e nós suamos os litros de água que nos ensinaram ser bom tomar. É devastador!

    As festas tão esperadas trazem consigo a tradição das comidi...nhas tão bem elaboradas por nossas mães e avós. Talvez na época delas não fosse tão quente. Mas os quitutes ainda são feitos, doa a quem doer. Só que não como elas faziam! 
    Lembro do barulho da massa de cuca sendo maltratada dentro de uma enorme bacia. Era um tal de bate pra cá e bate pra lá, levanta e estica, até que ficasse algo fofo, solto. E toca botar pra crescer, pra depois bater de novo, mas sem fúria, para a massa ir para as formas. Aquilo tudo era coberto por uma farofa de manteiga, açúcar e canela ou noz moscada, não lembro. Mas tinha um cheiro que era de levantar doente terminal. 
    As cucas depois de assadas davam lugar às bolachas. Ah! Eram de manteiga, de mel, de milho e levavam calda por fora e açúcares coloridos e glacês perfumados. Duvido que se consiga fazer assim, cheiroso, tenro, carregado de significado. Minha mãe e minha sogra eram artistas do paladar, da estética gastronômica, da orgia olfativa de final de ano.
    É claro que os finais de ano não são feitos só de comidas, mas de bebidas inclusive. Há muitos anos bebíamos Bole, que era uma mistura de espumante e guaraná, onde boiavam pedacinhos de frutas. Essa mistura mudou de nome e passou a chamar-se Clericot, coisa fina! Parece que vai mais coisa dentro. Hoje a gente bebe tudo brut, tudo seco e se for um tinto, encorpado. Refris são zero, a água com gás, mas a cerveja acho que não mudou nada. Continua tendo que ser super gelada e ter colarinho pequeno. 
    Enfim, estamos cansados, mas vamos sobreviver aos amigos secretos, à profusão de comidas e bebidas, ao Papai Noel, à ansiedade das crianças, mas o foguetório poderia ser eliminado, castrado, proibido. Esse já fez estragos suficientes por este mundo afora. Mas, sem chance, eles vão acontecer. 
    Importante é estarmos juntos, renovando nossos propósitos de construção de algo que contemple melhor o que seja humanidade. Vamos fazer as coisas melhor para todo mundo. Isto é muito bom! Boas Festas!                                           Sueli Gehlen Frosi

Nenhum comentário:

Postar um comentário