quarta-feira, 22 de maio de 2013

Casamento...


 
 
"O casal perfeito seria o que sabe aceitar a solidão inevitável do ser humano, sem se sentir isolado do parceiro - ou sem se isolar dele? O casal perfeito seria o que entende, aceita, mas não se conforma, com o desgaste de qualquer convívio e qualquer união?

O casal perfeito deveria não cair nos braços do outro como quem cai na armadilha do "enfim nunca mais só!", porque aí é que a coisa começa a ferver. Conviver é enfrentar o pior dos inimigos, o insidioso, o silencioso, o sempre à espreita, o incansável: o tédio, o desencanto, esse inimigo de dois rostos.

Passada a primeira fase da paixão (desculpem, mas ela passa, o que não significa tédio nem fim do tesão), a gente começa a amar de outro jeito. Ou a amar melhor: ou, aí é que a gente começa a amar. A querer bem; a apreciar; a respeitar; a valorizar; a mimar; a sentir falta; a conceder espaço; a querer que o outro cresça e não fique grudado na gente.

Na verdade devia-se reconstruir todos os dias. Usar da criatividade numa relação. O problema é que, quando se fala em criatividade numa relação, pensa-se logo em inovações no sexo, mas transar é o resultado, não o meio. Um amigo disse no aniversário de sua mulher uma das coisas mais belas que ouvi : "Todos os dias de nosso casamento (de uns 40 anos), eu te escolhi de novo como minha mulher"
.



Mas primeiro teríamos de nos escolher a nós mesmos diariamente. Quase sempre há coisas a melhorar, e quase sempre podem ser melhoradas, ainda que seja algo bem simples, ainda que seja mais complicado.

Viver é um heroísmo, viver um amor, mais ainda. O casal perfeito talvez seja aquele que não desiste de correr atrás do sonho de que, apesar dos pesares, a gente, a cada dia, se escolheria novamente, e amém."

Texto original by Lya Luft (adaptado)
 

 

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