quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sonia Schmorantz...




Domingo frio, quase agosto,

Os sinos anunciam a hora da missa,

Embalando as nuvens carregadas,

Que andam vagarosas no céu.

No ar sombrio da tarde

O toque do sino é melodia,

Enquanto a chuva fina

É uma pálida cortina.

Chega o agosto, cheio de frio,

Na rua silente, sem caminhantes,

A voz do sino é um soluço,

Misturado ao silêncio da tarde.

Bradam os ventos contra as pedras,

Revoltam-se as ondas do mar,

O olhar afunda-se para além da janela,

Numa complacente espera sem sentido.

Estaria o sino chorando,

Ou fazendo uma prece?
 

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