sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O apego que faz sofrer...


Sofremos muito nesta vida porque gastamos muito tempo correndo atrás de coisas 
transitórias, que não satisfazem o nosso coração. Só o que está acima de nós pode nos 
satisfazer, não o que está abaixo, a matéria e as paixões.

Deus dispôs tudo neste mundo de modo que nada fosse durável para sempre. Qual seria o
 desígnio de Deus nisso?

Cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, acordar, 
tomar banho, alimentar-nos, etc.

Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria 
manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos 
pulmões. Todo o organismo repete sem cessar suas operações para a vida se manter.
 Tudo é transitório nesta vida… nada imperecível.

Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará 
murcha, Todo dia que nasce logo se esvai… e assim tudo passa, tudo é transitório.

Compra-se uma camisa nova, e logo já está surrada; compra-se um carro novo, e logo ele
 estará bastante rodado e desgastado… e assim por diante.

Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro?

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A 
marca da vida é a renovação.

A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que Deus nos quer dar 
de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida
 duradoura, eterna, perene, muito melhor.

Santo Agostinho perguntava: “De que vale viver bem, se eu não puder viver para sempre?

Se não entendermos e não aceitarmos esta realidade, sofreremos muito nesta vida, pois
 estaremos o tempo todo, a vida toda, lutando desesperadamente contra esta lei 
inexorável: 
tudo passa.


Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, ouça Deus dizer: “Não se prenda a 
esta vida transitória. Prepare-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e
 nada precisará ser renovado dia a dia.”

Isto mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma
 bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não
 lhe pertence.

Muito sofre quem se apega a este mundo e às criaturas, achando que não vai ter fim, e 
pensando que aqui poderá ter toda a felicidade, ou que poderá construir o céu na terra
.
Aquele que se apega às coisas e a este mundo, sente que a cada passo, as coisas são 
como que arrancadas das suas mãos pela vida. Então, quanto menos apego melhor. 
Quanto menos você se apegar às coisas e às pessoas, menos você sofrerá. Mais livre 
será.

Com a precariedade da vida e de tudo o que nos cerca, Deus nos ensina, diária e
 constantemente, que tudo passa e que não adianta querer construir o céu aqui nesta terra
.

Prof Felipe Aquino

(trecho retirado do livro: Sofrendo na Fé – Editora Cléofas)

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