suavizando outras, às vezes refrescando o dia, denunciando temores ou realçando a beleza, tudo sem que se veja, mas sentindo-se plenamente.
As horas passam pela nossa vida e difícil mesmo é colher delas a verdadeira dimensão, saber o quanto são únicas.
As tardes de maio morrem devagar sobre o olhar sereno, como deveriam ser todas as mortes.
Na doçura da tarde, os pássaros de inverno bordam as direções do olhar, dispersando
aqui e ali as melhores intenções sobre o que deverá ser a felicidade ou a liberdade servida ao ritmo natural das estações.
Como num tecido muito artesanal, as tardes de maio bordam o dia no coração,
na esperança de ter algo melhor para ser ou oferecer ao instante seguinte,
nesse maravilhoso mistério da vida.
Sônia Schmorantz
Nenhum comentário:
Postar um comentário