Quando menos se espera, os filhos crescem e se tornam pais! Entram em cena os avós. Muito se fala e escreve sobre a maternidade, paternidade, o bebê, as diversas fases pelas quais a família passa e pouco ou nada sobre os avós. Neste blog mesmo, nada foi escrito até hoje. Recebi a sugestão de uma leitora para publicar um post sobre como os avós podem ajudar seus filhos e netos. Não é um post fácil, mas como achei a sugestão interessante, compartilho com vocês algumas das ideias que me ocorreram, sobre este tema.
Talvez a coisa mais importante que os avós precisam fazer, desde a gravidez do filho ou da filha, é procurar entender esse novo papel ou lugar que passarão a ocupar. O neto ou neta tem e terá um pai e uma mãe. Caberá a eles toda a responsabilidade pelo bem estar e desenvolvimento do filho. AVÓS NÃO SÃO NEM PAI, NEM MÃE DO BEBÊ. Isso que soa como uma obviedade, não acontece no dia a dia. No intuito de querer o melhor, para todos, e em nome de uma experiência de sucesso, não raro, avós “atropelam” seus filhos com conselhos ou recomendações. O papel de avô e avó lembra aquele momento quando se ensina uma criança a andar de bicicleta e, já sem rodinhas, se solta o selim e aí tudo é com a criança. É torcer para que tudo dê certo e correr para amparar quando acontecer o tombo (e acontece). Esse é o papel dos avós. Assistir de perto, sem interferir, torcendo amorosamente para que tudo dê certo e, correr para ajudar, quando um “tombo” acontecer. Para que os avós tenham esta postura é fundamental que compreendam e aceitem o crescimento e independência real dos filhos. Agora, é a vez deles educarem seus filhos.
O segundo ponto é exatamente sobre a educação dos netos. Os tempos mudam, os filhos não são como seus pais foram, a tecnologia evolui, a escola se modificou. Portanto, a educação não será a mesma que os avós deram para seus filhos. Avós com alguma sabedoria aceitam, ainda que a contragosto, esta realidade e tentam não interferir na educação dos netos.
Avós podem e devem ser um poço de carinho e prazer para seus netos. Como não têm a responsabilidade da educação, podem ser muito menos rígidos, mais afetivos e lúdicos do que foram com seus filhos. Avós devem permanecer vivos na memória de seus netos como lembranças de bons e divertidos momentos. Avós também devem ser transmissores das tradições e história da família. Devem contar histórias de como eram seus pais (os bisavós), sua infância e como era o mundo quando eram mais jovens. Devem contar histórias de seus filhos (pais do neto ou neta) quando eram pequenos. Crianças, a partir de uma certa idade, acham fascinante ouvir essas histórias. São como contos de fadas, só que reais, falando de gente muito próxima.
Avós devem sentir orgulho de seus netos. Essa é uma função fundamental, um pouco diferente de ser um poço de carinho, mencionado acima. Sentir orgulho é, explicitamente, reconhecer conquistas e feitos dos netos, não necessariamente as que sejam extraordinárias. A auto estima é construída a partir de reconhecimentos de feitos ordinários, porque, os extrordinários, como nome indica, não acontecem toda hora! Como construir uma auto estima em cima de eventos raros? O orgulho falado dos avós é muito importante para essa construção.
Avós apoiam seus filhos nos momentos difíceis pelos quais estes passem como pais. Acolhem as dúvidas e aflições sem assumir uma postura altiva (eu bem que avisei! vocês são teimosos e não fizeram como eu disse!). Ao contrário, revelam que, quando passaram por situações semelhantes, também sentiram insegurança ou medo. Com essa humildade, se aproximam dos filhos, podendo, verdadeiramente, ajudá-los a encontrar seu próprio caminho ou solução.
Finalmente, uma das maiores delícias de ser avô ou avó- quando o neto ou neta já estiver passando dos limites da paciência ou do cansaço (dos avós), basta ligar para os pais e pedir que o peguem!