terça-feira, 6 de agosto de 2013

Não é bom ser pai: é muito bom...



Com a proximidade do Dia dos Pais, sensibilizado, penso nos filhos. Recordo alegrias e tristezas. Criar sete filhos é um processo contínuo de fortes emoções, como viver 162 vezes a fantástica experiência de ter um deles aniversariando.
A percepção dos sentimentos dos filhos, sofrer com a dor que, eventualmente, sentem, experimentar o fascínio da necessidade permanente de sintonizar com as transformações que ocorrem a cada nova geração, ter o prazer de vê-los crescer, superar etapas e acumular conquistas são fenômenos a que só os pais têm direito. Quando, um dia, as gurias se tornarem mães e conhecerem a sensação sublime e inigualável da maternidade, e os guris, da paternidade, poderão avaliar o que eu experimento. Entenderão o que passa pela cabeça de um pai, mas que é sentido, especialmente, dentro do peito, no coração.
O coração, por mais que tenha sido estudado, ainda não foi entendido na plenitude. Pelo menos o de pai e mãe. Posso dar um testemunho do que é um coração: um espaço totalmente preenchido pelo primeiro filho, que não pode ter lugar para mais amor dentro dele. E aí vem o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, o sexto, o sétimo e tantos quantos Deus quiser, e sempre tem um novo espaço, igual aos outros, mas ao mesmo tempo único, sem diminuir em nada a área dos mais velhos. É um milagre o coração de pai e de mãe.
Eu gosto de tudo nos meus filhos. Porém, o que eu mais gosto é saber que gostam de mim. É o olhar enlevado. São os gestos de carinho. O jeito como me fazem sentir-me um super-herói. Como acompanham as minhas lutas, ajudam e respeitam nas derrotas e vibram com as conquistas.
Tão iguais e tão diferentes. Deles, só recompensas. Se pudesse pedir mais, pediria um pouco de paciência entre si. No mundo inteiro, entre 7,2 bilhões de pessoas, eles são apenas sete. Sendo assim, que se tratem com carinho.
Que não deixem de fazer nada que tenham vontade e que traga felicidade, procurem se afastar do que pode machucar ou do que venham a se arrepender. E tenham o bom senso de medir os seus atos e as consequências. Entretanto, é preciso ser protagonista, ousar, ter objetivos, sonhar e buscar transformar os sonhos em realidade.
Por isto o zelo, a chatice, e, às vezes, o excesso de cuidado. Tudo por amor. Tentando passar conceitos, talvez não os melhores, mas os frutos da experiência dos pais, preparando-os para o futuro.
Eu sou feliz pelo que a vida me concedeu. Muito, por ser pai. Quero, para o resto dos meus dias, enfeitiçado, continuar dizendo: não é bom ser pai, é muito bom!
(Beto Grill)

Nenhum comentário:

Postar um comentário