A devoção aos Santos festejados sob o clima do inverno,
ganha atrativos especiais nas noites frias do Rio Grande do Sul. O quentão,
acompanhamento básico da culinária junina, é bebida indispensável para aquecer
e manter o ritmo das danças de quadrilhas. O seu preparo depende do consumidor
ao qual se destina, com vinho para os adultos ou com suco de uva para as
crianças,
A estação fria abre a temporada dos festejos marcados pelo
agrupamento de amigos ao redor das fogueiras. A luz dos gaúchos realça as
bandeirolas coloridas e embala os balões de dobradura. Eles voam ao sabor do
sopro intenso do vento minuano e, mesmo presos ao barbante que limita o
território do arraial, parecem aproximar-se das estrelas, que distantes das
fagulhas, se pudessem, chegariam mais próximas da festança.
Abas disformes de chapéus de palha deixam transparecer a
iluminação irregular das chamas incandescentes. As faces dispensam qualquer
maquiagem, pois o calor do fogo dá o rubor avermelhado da quentura da festa,
embora o excesso das pinturas caipirescas seja requisito fundamental para o
participante.
Roupas remendadas, despreocupação com a moda e o ritual
casamenteiro com muita disposição para o divertimento, atributos da
popularidade que cercam as festas juninas.
Ao contrário da chuva que busca a nuvem congelada e
transforma-se em flocos, para depois descer suave em branco intenso. A pipoca
teimosamente, atira-se ao fogo numa dança frenética e saltitante e o calor da
panela faz branquear a nevasca do sabor marcante de flocos aquecidos.
Distante de toda essa descrição, a hora agora é para
aproveitar os festejos de São João!
(Taís Rizzotto)
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