domingo, 3 de junho de 2012

A frustação da Cura...



A maior parte das pessoas que se dedicam à arte de curar vive permanentemente na perspectiva de que o resultado de um determinado tratamento venha a ser bem sucedido... Mas às vezes não é o que acontece, o que causa uma sensação de impotência e gera questionamentos variados que vão do simples "Onde é que errei", ao desfecho mais drástico que é o de querer abandonar tudo por não sentir um retorno correto, coerente e previsível às tentativas de resolver – ou ao menos aliviar – o sofrimento alheio.

Existem também fatores altamente subjetivos sempre que se fala de algo que tem origem na alma da pessoa, que é algo impalpável, invisível e bastante desconhecido ainda, começando pelo fato que todas as trocas energéticas são sutis e que, dependendo do caso, trazem melhoras sutis que a própria pessoa nem percebe - ou não quer admitir, por ficar na sintonia da "Coitadinha de mim" - e que em sua maioria são verificadas apenas pelas pessoas em volta, os parentes ou os colegas de trabalho.

Grande parte dos pedidos de ajuda na nossa área de atuação vem como que na busca de algum tipo de acontecimento rápido, milagroso, mas... Existem milagres? Bom, quando uma cura efetivamente acontece de um dia para outro, ela é interpretada como tal. Mas o que se passou realmente foi que a pessoa conseguiu alterar - finalmente! - seu padrão vibratório através de variações de comportamento, pensamento e percepção quanto à sua verdadeira realidade interior, reconhecendo suas próprias dificuldades que podem ser representadas pelas pedras que bloqueiam seu avanço rumo à saúde perfe ita.

Vamos lembrar que nossos verdadeiros inimigos não são bactérias ou vírus, mas a cristalização de nossos pensamentos que teimam em lutar contra a Unidade de todas as coisas! Vamos lembrar aqui o ódio, a vingança, a raiva, a ambição, o egoísmo, a culpa, a vaidade, a cobiça, e muitos outros... Raramente conseguimos nos libertar por decreto e sem esforço pessoal destes aspectos negativos e freqüentemente temos recaídas que dificultam assim nossa cura completa, entregando a responsabilidade todinha da cura nas mãos do terapeuta, que com raríssimas exceções é somente um instrumento – sempre disposto e utilizando todos seus conhecimentos direcionados para a cura – mas com o limite imposto de que esta cura não depende só dele. < /strong>

O trabalho de base do bom terapeuta é o de detectar, de perceber, utilizando todas suas capacidades de intuição, experiência, sensibilidade, amor e respeito – entre outros – a natureza e o tamanho das pedras e mostrar o mapa de como será possível chegar ao precioso tesouro escondido (A cura), mapa este absolutamente especial, em função da unicidade de cada ser humano.

A chegada ao tesouro, após a remoção de todas as pedras do caminho, é individual e intransferível. O tesouro somente será recuperado pelo indivíduo já consciente e desperto para a verdade de que somente a ele pode ser entregue este tesouro, pois ele é único e lhe pertence por direito divino, não sendo assim permitido que outros possam representá-lo nesta entrega. A responsabilidade final da cura é do paciente. Está tudo nas mãos dele, que poderá (ou não), tomar as atitudes que permitirão resolver sua limitação de saúde.

Terá sido ele capaz - uma vez identificado o obstáculo – de agir corretamente para remove-lo? Nós terapeutas não temos varinha de condão para remover as pedras que impedem o acesso ao tesouro, mas sim de mostrá-las para que o próprio paciente proceda à sua remoção. Aqui verificamos que a percepção de nossa divindade e de toda a responsabilidade que advém disso (Somos todos deuses, a cura é algo que está dentro de cada um de nós e também que nosso livre arbítrio é supremo!), fazem de um processo de cura total a necessidade de vários fatores estarem presentes:< /strong>

- A vontade Divina.

- A vontade do terapeuta.

- A vontade do paciente (através de seu livre arbítrio).

Quando o encontro destas três verdades se manifesta, a cura realmente parece um milagre.

A frustração se instala em nós principalmente quando a vontade Divina não permite que a cura se processe (Existe um processo de vivências e experiências necessárias ao aprendizado - para lapidar a alma - as quais ela mesma se propôs ao encarnar), ou quando o paciente conscientemente quer mudar, mas no plano inconsciente - no fundo, no fundo - não é bem assim... Tem também, em bem menor escala , a influência de terapeutas que não estão conscientizados da sua missão e de sua parte, que representa somente um elo entre a vontade dele e a vontade divina.

Outro fator frustrante é quando inexiste o retorno das informações sobre progressos ou a cura completa: o paciente estará bem, terá encontrado o caminho, precisará de mais apoio? Pois, como já foi dito anteriormente, a maioria acha ainda que os terapeutas desta área tem nas mãos a varinha de condão e querem um "Milagre", já na primeira sessão, sendo que - repito - muitos costumam jogar o fardo todo nas costas dos terapeutas.

A principal finalidade deste artigo é esclarecer t odos aqueles que nos procuram e também proporcionar a todos os terapeutas da área um certo alivio para não se frustrarem tanto quando seus objetivos não são atingidos, afinal "objetivo" e "subjetivo" são dois aspectos bem distintos.

Os que agirem com ética, integridade e principalmente amor, não deverão se frustrar facilmente e sim agradecer ao Pai por estarem fazendo parte desta indispensável corrente!

Texto de RAIMUNDO PINHEIRO


Fonte: Revista Terceiro Milênio

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