Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.
Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.
Gatos não morrem: rumo a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.
Gatos não morrem: mais preciso
— se somem — é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso
— se somem — é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso
e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos. ( Nelson Ascher )
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos. ( Nelson Ascher )
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