. Uma reflexão a propósito da Expointer, considerada a maior feira agropecuária da América Latina. Quando é comum que sejam exaltados números recordes e bilhões de reais em negócios. Neste cenário, não há dúvida de que esse setor é um dos alicerces da nossa economia, uma visão da qual poucos discordam. Todavia, corremos o risco de reforçar um forte paradigma, que muitos se dedicam em romper, de que somos superiores e temos o direito de explorar a natureza.
Convém salientar que, atualmente, grande parte da criação animal é baseada em métodos industriais. Logo, a visão bucólica dos animais no campo foi dando lugar ao confinamento e ao manejo intensivo. A lógica da produtividade, da maior eficiência associada à tecnologia, avançou pelo campo com a ideia de progresso. Neste contexto, os animais tornaram-se produtos. As suas necessidades se resumiram àquelas suficientes para maximizar o lucro. Assim, prevaleceu a máxima do menor custo e do maior ganho no menor tempo. O que as pessoas não sabem é que o rápido ganho de peso, a eficiência da nutrição e da genética são comemorados à custa do sofrimento animal, do surgimento de novas doenças e da poluição ambiental.
Nesta época, é comum que levemos nossas crianças ao parque para ver e interagir com os animais. Assim, acabamos por reforçar a ideia de que os animais são objetos descartáveis e não seres sencientes.
A esta altura, algum leitor poderá afirmar que isto é conversa de ambientalista ou protetor de animais, mas lembro, como ressaltou Sir Thomas, que o homem aplicou a si mesmo a lógica da dominação, da domesticação e da exploração animal.
Portanto, faço votos que, ao visitar a feira, estejamos acompanhados do sentimento de empatia por aqueles seres que estão ali privados da vida que a natureza lhe reservou...
Acordei sábado disposta a colocar em prática o desapego. “De hoje não passa”, falei baixinho, provavelmente tentando convencer a mim mesma que estava mais do que na hora de dar um fim em coisas que pertenceram ao meu passado, mas que hoje não fazem mais sentido algum guardar. Primeiro, foram as caixas de sapatos lotadas de fitas-cassetes. Juro. Eu ainda guardava fitas com trilhas sonoras de bons momentos da minha adolescência. Músicas românticas que provavelmente embalaram meus primeiros romances, na época das “reuniões dançantes” na garagem da casa dos meus pais. Depois, as baladas nas discotecas da cidade. Mais alguém além de mim ainda tem em casa uma fita ou um disco das Frenéticas? “Abra suas asas, solte suas feras, caia na gandaia, entre nesta festa…”. Gandaia! A meninada de hoje nem sabe o que essa palavra significa. Não tinha sentido continuar guardando aquelas caixas só pelo valor afetivo. Nem aparelho para escutar as fitas eu tenho. Pronto. Tudo para o saco de lixo. Depois, foram cadernos antigos, lembranças do tempo de escola, postais enviados por conhecidos que há séculos não encontro mais, fotografias com pessoas que não faço a menor ideia de quem sejam, guardanapos de restaurantes que algum dia, por motivo que não lembro, foram importantes. Hoje, deixaram de ser. A vida é assim mesmo. O que hoje parece essencial, amanhã é passado. E assim sucessivamente. Olhei papelzinho por papelzinho, foto por foto, lembrancinha por lembrancinha. E voltaram para a caixa somente as coisas que continuam mexendo com minhas emoções. O restante foi fazer companhia às fitas cassetes no lixo reciclado. Deixei por último, já na tarde do sábado recheado de lembranças, a minha pequena coleção de LPs. Essa parte seria mais difícil. O que podia ser doado já tinha ido embora há muito tempo. Aquela pilha que sobrou _ quase todos de MPB _ são parte da minha história. A coleção inteira do Vinicius, discos antigos do Chico Buarque, da Elis Regina, do Caetano, da Rita Lee… Colocar no lixo nem pensar. “Vende então”, me diz alguém, tentando simplificar minha vida. Pode ser. Coloquei tudo no carro, sabia onde tinha um sebo de discos. Cheguei na esquina já com uma sensação estranha. Parecia que eu venderia uma parte da minha história _ e uma parte que eu gosto muito. Dei meia volta. Que me importa que eu não tenha um toca-discos? Aquelas músicas estão todas gravadas, em algum lugar do meu coração.
Foi uma surpresa desagradável, como é a maioria das surpresas. De braços abertos oferecidos, ela bloqueava a saída dos espectadores na porta do teatro, e com uma declaração desconcertante: "Obrigada, doutor, por eu estar aqui, vivíssima, graças ao teu talento de cirurgião. Nunca vou esquecer a tua confiança quando me disseste: se não curares deste tumor, eu rasgarei meu diploma!". A previsível reação dos circundantes incluía olhares divididos entre os ingênuos, plenos de admiração por tanta competência, e os mais perspicazes, extravasando repúdio pelo modelo de presunção e arrogância. Eu lembrava perfeitamente dela, da complexidade do seu caso e do esforço que fizera à época para manter o otimismo e a esperança, apesar da possibilidade real de recidiva da doença, nunca omitida. Mas de onde ela retirou essa frase exemplar de soberba desmedida? Logo eu, que sempre debochei de um antigo mestre que encerrava as discussões de casos clínicos complexos justo com aquela ameaça, tantas vezes repetida, que ironizávamos dizendo que ele devia ter uma máquina de fotocópia em casa (aos mais jovens, essa era uma engenhoca que copiava documentos e que antecedeu o xerox que, enfim, também foi substituído pelo..., bom, não interessa, ela copiava!). A propósito, é comum que as experiências médicas sejam tão glamorizadas pelos pacientes que as contam e recontam tantas vezes que, depois de um tempo, não têm nada a ver com o que de fato aconteceu, restando apenas a lembrança do agradável. O nosso maravilhoso Ivan Izquierdo ensinou no seu imperdível A Arte de Esquecer que é necessário que apaguemos da consciência determinadas lembranças para a preservação do nosso bem-estar. Sabe-se que a memória é uma intrigante faculdade mental que permite registrar, armazenar e manipular as informações colhidas por meio de vivências, que são captadas por nossos órgãos dos sentidos. O mais fantástico do sistema é que ele, na sua forma ideal, nos protege tanto com o armazenamento de memórias boas quanto com o esquecimento das indesejáveis. Porque, de fato, é saudável esquecer ou pelo menos manter longe na memória, numa espécie de arquivo morto, aquelas lembranças constrangedoras, como experiências de medo, humilhação e covardia. Para tocar a vida e ir adiante, o cérebro possui um mecanismo de proteção: ele pode inibir determinadas memórias ou deixá-las praticamente inacessíveis, por meio de um fenômeno que os psicanalistas chamam de repressão. E isso ocorre o tempo todo, mesmo sem nossa vontade ou consciência. Memórias perturbadoras podem emergir a qualquer momento sob a formas de sintomas variados em pessoas que não sabem explicar por que fizeram o que fizeram, nem tampouco o que sentiram ao fazer. Mas quando essas memórias desagradáveis são acessadas e processadas, elas se transformam em autoconhecimento e aprendizado, esta que é a deliciosa e desafiadora tarefa dos terapeutas do psiquismo. O convívio diário com pacientes oncológicos é um inesgotável exercício de negação e de esperança e, conscientes ou não, temos de admitir que essa estratégia flexível e generosa pode ser um pré-requisito para a nossa sobrevivência. Quando Iracema voltou ao consultório um tempo depois, não resisti lhe perguntar: "Tens certeza que fiz aquela promessa ridícula de rasgar o diploma?". Ela pensou um tempo e concluiu: "Agora que perguntaste, fiquei em dúvida. Mas se não disseste, devias ter dito. Eu teria sofrido menos!". Como questionar a sabedoria da maravilhosa blindagem cerebral?
"Não seja sensível demais, constantemente agitado pelas emoções e demandas do corpo, e também pelas condições externas. Tente se manter na quietude interior da alma. Aí está o seu verdadeiro lar."
O essencial é saber ver, mas isso, triste de nós que trazemos a alma vestida, isso exige um estudo profundo, aprendizagem de desaprender. Eu procuro despir-me do que aprendi, eu procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desembrulhar-me e ser eu... (...)
A relação, responsável, que estabelecemos com um animal de estimação pode ajudar a revelar o que temos de melhor.
- É aquela ali, ó. Sei que gosta de bichos, parece ter coração mole e dá para ver que é uma pessoa de atitude.
Foi assim que o funcionário do estacionamento falou com seu colega, referindo-se à Lu, minha esposa, que eventualmente deixava ali o carro para lavar. É que eles tinham encontrado em um canto do estacionamento um gatinho magro e assustado, evidentemente perdido ou abandonado, e não sabiam o que fazer com ele. A Lu era a solução, afinal, parecia ter "coração mole e atitude", a combinação perfeita para resolver o problema.
Dito e feito. O ar de desamparo do bichano foi o gatilho que acionou o tal "coração mole" da amante de bichinhos e desencadeou a ação correspondente, providenciada pela "atitude" da executiva bem-sucedida.
Quando ela o pegou no colo, o destino falou bingo!, e, do estacionamento, o sortudo gatinho foi direto para o pet shop, onde a veterinária Beth, que às vezes, brincando, chamamos de pediatra, pois cuida de nossas cachorrinhas desde que eram filhotinhos travessos, o examinou e medicou. "Ele só está faminto e estressado", explicou ela. Mais tarde ela iria diagnosticar outro problema...
Liberado pela veterinária, Bento (esse é seu nome) foi adotado, com direito a ração, cama, poste arranhador, caixa de areia e, o mais importante, muito amor. Além disso, ele ganhou a companhia da shih tzu preta e da maltês branca, nossas cachorras.
Dizem que as pessoas são divididas entre as que gostam de cachorros e as que gostam de gatos. As que gostam de cachorros seriam mais carentes, por isso adotam bichos que dão mais atenção, paparicam, fazem festa quando chegamos. Quem gosta de gatos é mais resolvido, precisa de menos validação afetiva. Se é assim, então sou um carente, pois sempre preferi cachorros. Na verdade, o que sempre me encantou foi a imensa capacidade de comunicação e interação que os cães têm conosco. Lembro de meus cachorros da infância, meus inseparáveis companheiros de brincadeira e aventuras. Sem eles, minha vida teria tido menos graça.
Só conheci de verdade os gatos bem mais tarde, quando minha filha Débora foi estudar fora e deixou sob nossa guarda provisória a Malha, uma felina que arrebatou meu coração. Travessa, inteligente, elástica, perfeita como máquina fisiológica, a Malha conquistou a Preta, com quem brincava de correr, e a todos os humanos, cujos olhos fitava profundamente. Só que a Débora voltou e levou a gata embora. Saudades.
O Bento veio para ocupar o espaço que estava vago, e foi muito bem-vindo. Só que a Preta, agora mais velha e calma, não se transformou na companheira de brincadeiras que o Bento, cuja idade não conhecemos, mas que é bem jovem, queria. "Simples" - disse a executiva da casa. "Vamos arrumar mais um gato!". Claro, mais um gato - nada mais lógico... Afinal, temos tanto espaço, não é mesmo?
Mal tive tempo de absorver o impacto da proposta quando já aparecia mais um filhote. "Este é da raça ragdoll, que significa boneca de trapo, em inglês. Tem esse nome porque fica todo relaxado quando é segurado no colo" - explicou Lu. "Vai se chamar Francisco" - informou.
E eis que o Francisco, além de ser dono de uma beleza impressionante, encantou a todos com sua meiguice. E formou com o Bento uma dupla inseparável. A simpatia de ambos trouxe ainda mais alegria para nossa casa.
Nós e os animais
A relação dos humanos com os animais é longa, e poderia ser dividida em três fases. Na primeira, os homens conferiam a certos animais qualidades divinas e os cultuavam como representações de deuses. Para os antigos egípcios, por exemplo, Rá, a principal divindade, era o deus-sol, e Bastet, que representava a fertilidade e o amor, tinha a forma de um gato.
A segunda fase, que pode ser chamada de econômico-utilitarista, é marcada pela percepção da utilidade de certos animais como fonte de alimento, abrigo, proteção, transporte e, como consequência, riqueza. O Brasil é, por exemplo, o maior exportador mundial de carne bovina e de aves, e precisa disso para equilibrar a balança de pagamentos.
Ainda como parte dessa fase, encontramos o uso de animais para fins científicos. Esse é, provavelmente, o ponto mais polêmico. Teríamos, em nome da ciência, o direito de submeter animais a experiências com potencial de fazê-los sofrer? Teríamos, por outro lado, a opção de não fazê-lo, sabendo que isso pode salvar vidas humanas? Os recentes acontecimentos confirmam a importância dessa questão ética. A discussão está em aberto.
Mas é sobre a terceira fase que escrevo. Essa poderia ser chamada de "fase afetiva", considerando a proximidade emocional entre os homens e os animais, incluindo as relações muito próximas com os chamados bichos de estimação, ou, simplesmente, pets. Em inglês, a palavra pet tem dois significados. Como substantivo, significa bichinho de estimação. Como verbo, to pet quer dizer acariciar.
Adoro acariciar meus bichos e receber abanos de rabos. Mas gostaria de questionar o verbo "servir". Será que a melhor maneira de entender essa relação é conferir uma serventia para ele? Não seria essa uma forma de transformá-lo em um objeto de uso e, assim, diminuir sua essência?
De fato, o homem, em sua arrogância de "ser superior", dividiu os outros seres vivos entre os que "servem" e os que "não servem". Mas, para que serve uma iguana, por exemplo? Ora, para viver sua vida, para integrar um ciclo da natureza. Ela não tem a obrigação de nos servir.
Em uma visão ampliada, a serventia de um ser vivo é viver e conviver. Manter-se vivo e contribuir com a vida de outros, seja em quantidade ou em qualidade. Então, quem adota um cachorro, um gato ou outro bichinho qualquer não está comprando um brinquedo - está iniciando uma relação de reciprocidade. Trata-se de um mutualismo. O servir tem duas mãos.
Humanizar
Eu tenho uma visão pessoal sobre esses personagens peludos: eles são seres não humanos que, curiosamente, humanizam os ambientes. Talvez porque sua simplicidade, espontaneidade e amorosidade liberam, nos humanos, o que eles têm de melhor. As relações entre as pessoas, cheias de expectativas, cobranças e julgamentos, muitas vezes nos embrutecem e nos fazem representar papéis que não queríamos. Diante de um bichinho, somos o que somos, sem máscaras. Isso é o que os bichos fazem de melhor por nós. Nos deixam melhores.
Mas não podemos deixar de observar a reciprocidade. Afinal, o que eles esperam de nós? Basta dar-lhes comida, abrigo e atenção? Acho que não. Acho que quem adota um bicho deve considerar que ele tem o direito de ser feliz. Só que isso dá algum trabalho, preocupação, despesa. Gente sem essa disposição não deveria adotar um.
Sobre o Bento, temos uma desconfiança: a de que ele foi abandonado porque estava dando muito trabalho. Nossa veterinária descobriu que ele havia sido castrado, o que mostra que já tivera um dono. Só que a cirurgia havia sido mal feita, e um fio cirúrgico ficara aderido ao intestino e saía pelo ânus cada vez que o coitadinho fazia cocô. Ele então saía pela casa deixando cair pelotinhas que ficavam presas ao tal fio.
Como, de manhã, a casa amanhecia cheia de marcas indesejáveis, sobre as quais era fácil pisar e fazer ainda mais sujeira, é bem provável que o antigo dono tenha achado por bem se livrar do bichano problemático. É só uma suposição, mas muito provável, pois deu trabalho tratar do Bento. Trabalho esse que nem todos têm disposição de ter. Afinal, é só um gato...
Não, ele não é só um gato. É a representação viva e material do que há de melhor na essência humana. A capacidade de amar, pelo simples ato de amar. E de cuidar, pela consciência de que é isso que mais nos dignifica e nos humaniza. Que venham outros...Eugenio Mussak
Ele pode ser peludo, fofinho, comprido, magrinho, enorme, pesado, bravo, meigo, covarde, babão, estressado, preguiçoso, elétrico ou bobão... Pet em casa é tudo de bom. Companhia para qual- quer ocasião. Quem tem seu pet sabe muito bem como isso funciona... É chegar em casa e dar adeus a solidão. Um pet é alegria garantida. É ter alguém. Estar junto.
Amar É ouvir a tua voz, sentir os teus lábios e o teu colo aconchegante, É estar no areal junto ao mar e observar a lua em noites de frio. É olhar o céu e saber que cada estrela é um beijo teu Segurar as tuas lágrimas de doce sal com o meu coração. É ler contigo os poemas de todos os poetas. Andar numa noite de inverno pelas ruas desertas de volta para casa. É dizer na mesa de um café as palavras certas Transformar esse local nas nossas rimas de amor. Amar… É tocar estrelas sem sair do chão, Tocar na essência do tempo, entre o certo e o incerto, Entre o dar e o receber... Fechar os olhos e aprender a voar... Amar é envelhecer querendo te abraçar. Sônia Schmorantz
Os jardins retratados nas obras do pintor Claude Monet são reais e, acredite, ficam no "quintal" da casa dele, em Giverny, França.
Texto Ricardo Fernandes. Fotos Fernando Grilli
Apaixonado pela natureza, o pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926) iniciou o seu próprio jardim logo que se mudou de Paris para Giverny, em 1883. Ele alugou uma casa num grande terreno, de 8.100 m², em que poderia criar suas oito crianças, ficando perto de uma boa escola infantil e de Paris, onde eram negociadas as suas obras. A pequena Giverny, um vilarejo bucólico, na época com 300 habitantes e a cerca de 70 km da capital francesa, impressionou e muito Monet. A natureza, as flores e a luz brincavam de revelar e esconder as cores e os aromas, fascinando o artista e criando o início de uma relação de cumplicidade, emoção e arte. Arte ao ar livre.
Com o sucesso de suas vendas, em 1890, Monet comprou o terreno e foi lentamente adquirindo algumas terras à volta de sua propriedade, criando um paraíso natural com a ajuda de uma equipe de dez jardineiros e três motoristas. O artista plantou inúmeras espécies de flores, plantas ornamentais e árvores frutíferas. Criou espontaneamente dois jardins – Jardim d'Água e Jardim da Normandia – e deixou que a natureza se encarregasse de ditar a beleza e a estética visual do lugar.
Esta é a famosa ponte japonesa, retratada por Monet em 45 obras. Os barcos eram utilizados como apoio na manutenção e limpeza das águas. O artista sempre utilizou o lago como espelho e jogo de reflexões em suas criações e representações de cores, luzes e sombras
Claude Monet descansa em seu Jardim d'Água
No final de sua vida, o artista havia plantado mais de 1.800 espécies de flores e plantas, que conviviam em harmonia singular. Raros bambus japoneses, macieiras, azaleias, framboesas, íris, tulipas, rosas, limoeiros, rosas chinesas, miosótis, dálias, girassóis e hortênsias – para citar algumas – em suas cores variadas e cada qual com floração em data específica e planejada, faziam com que o jardim se mantivesse belo e colorido durante todos os dias do ano.
“Quando estava fora de casa, Monet sentia falta de sua companheira (Camille Doncieux), de suas crianças, de seus ateliês, de seus dois jardins e principalmente de suas flores. Ele tomava sempre um banho gelado matinal e um café reforçado na companhia de um de seus filhos, antes de começar o seu dia de trabalho. Em seguida, abria a porta da cozinha e saía para trabalhar em seus jardins, onde tudo respirava e tinha vida e onde o tempo parava”, diz Claire Joyes, esposa do bisneto de Claude Monet e escritora das principais biografias do artista
Um lugar à moda antiga, com antigos casarões, uma pracinha acolhedora, uma paisagem privilegiada. Bons restaurantes... pra curtir momentos de tranquilidade e poesia!
Há pelo menos 15 anos não assistia um jogo de futebol em um estádio. Ao longo destes 15 anos, minha relação com o futebol foi de distanciamento. As prioridades da vida mudaram muito. Desde que minha filha mais velha nasceu, e começou entender o que era um jogo tornou-se torcedora. Claro que por influencia familiar sua torcida sempre é tricolor. Quando seu irmão nasceu, ela e o pai, logo trataram de transmitir todo aquele amor, que por vezes eu julgava irracional para o pequeno. Até que mais ou menos um mês atrás um movimento familiar, semelhante a uma avalanche (se é que me entendem) tomou conta da minha rotina familiar: a visita a "casinha" nova do Grêmio(como diz carinhosamente minha filha)!!! Essa avalanche foi sustentada pela figura de um idealista. Alguém pode dizer que de nada há de idealismo em uma excursão para assistir a um jogo comum de um campeonato qualquer. Mas eu discordo! Há idealismo sim! Há sentimento de transgeracionalidade! Há sentimento de entrega e generosidade! E eu julgo que ainda há transmissão da importância da tradição! Tradição que permite sensação de pertencimento e da importancia dos valores familiares! Enio Filho recebe neste texto meu singelo obrigada por segurar na mão da minha filha ao entrar na Arena,e permitir que ela realizasse um sonho. Que para longa existência de 5anos e meio é um grande passo. Obrigado por demonstrar aos meus filhos, a importancia de um sonho, seja na mão segura do passo dado , ou a bandeira rio-grandense "cruzando"a cavalo sob o guaíba (do forte a Arena)! E que para além de uma preferencia futebolistica, impunha a honra de quem somos! Confesso que ao te ver segurando a mão da minha filha adentrando naquela grandiosidade da Arena, pisava nos passos de vocês, logo atras, e só pensava em uma pessoa: na figura do colorado João Policarpo Miolo, que acima do futebol se emocionaria em ver sua familia reunida vivendo um sonho e resguardo uma tradição! Obrigada Mano, por generosamente ser um pouco tio dos meus filhos. Obrigada por me ajudar a sentar quando o grito era de gol , e meu filho entregava-se ao sono dos sonhos, em dormir nos braços da mãe em plena Arena. Vivemos um domingo de pleno carinho a tenção. Tenho certeza inesquecível, não apenas pelos gritos gol, e dos nomes dos jogadores, mas pelos laços de garra e afeto que se constróem tão sinceramente! Um beijo no teu coração! Graziela Miolo Cezne... com João Paulo Miolo Santos, Vitória Chaves, Rosane Miolo Dos Santos, Marcia Miolo Dias, Mariana Miolo, Tássia Guimarães e Dhalile Plein Ziegler
Tantas declarações e homenagens no dia 10 me fizeram refletir.
Pensei em meu pai, minha mãe, meus irmãos... em mim.
Que sorte haver nascido nessa família, fomos criados para ganhar o mundo!
Incentivados a estudar, trabalhar, viajar e, principalmente, construir nossa independência.
Se hoje posso agradecer, minha admiração vai a todas as noites em que a Arlete esteve ao meu lado, repassando as matér...ias da escola para logo ter os olhos brilhando com as notas 10.
Ao Marcio lhe restou a tarefa de ensinar-me a escrever, e isso me abriu tantas portas...
Nunca esquecerei os sorrisos orgulhosos de quando embarquei à Espanha para começar meu mestrado.
O sabor deste novo desafio era ainda melhor com o apoio da minha família.
Na minha casa não tive que aprender a costurar, a cozinhar, a cuidar de bonecas como se fossem bebês, talvez porque isso não tivesse nada a ver com minha personalidade, mas o certo é que nunca me faltaram opções para aprender a tocar um instrumento musical, a praticar qualquer esporte, a cuidar minha saúde a alimentação, a dominar uma língua diferente, a dirigir, a construir um bom currículo, a trabalhar sem medo e a investir meu dinheiro.
Não sou mais do que um reflexo daquilo que me ensinaram meus pais e meus irmãos, e a força que me faz encontrar cada vez mais motivos para crescer e evoluir tem como base o nosso amor. — com Arlete Rigo e outras 3 pessoas.