Mais uma poesia sobre a bela Ilha da Magia, retratando a nostalgia de outros tempos através dos versos de Pedro Bertolino.
Florianópolis
O Morro da Cruz
não tinha luz
nem televisão
era apenas
Morro do Antão.
não tinha luz
nem televisão
era apenas
Morro do Antão.
A Ponte Hercílio Luz
tinha trilhos de pranchão
e um guarda sempre de plantão (…)
tinha trilhos de pranchão
e um guarda sempre de plantão (…)
O ônibus
parava na Alfândega
e não se chamava terminal
era apenas ponto final (…)
parava na Alfândega
e não se chamava terminal
era apenas ponto final (…)
A chuva
Molhava a gente
nas noites de carnaval.
Molhava a gente
nas noites de carnaval.
O Job sabia de tudo
frequentava o senadinho
e sacaneava aquele mudo
do café do seu Foguinho (…)
frequentava o senadinho
e sacaneava aquele mudo
do café do seu Foguinho (…)
A Dona Traça
se pintava
na Figueira da Praça
todas as manhãs.
se pintava
na Figueira da Praça
todas as manhãs.
As lavadeiras de Sambaqui
pareciam margaridas
deixando as ruas floridas
com seu ti-ti-ti.
pareciam margaridas
deixando as ruas floridas
com seu ti-ti-ti.
Desciam na Catedral
de um ônibus quase sem bancos
e levavam na cabeça
aqueles seus sacos brancos.
de um ônibus quase sem bancos
e levavam na cabeça
aqueles seus sacos brancos.
Com as duas mãos soltas
cumpriam desenvoltas
seu rito matinal.
cumpriam desenvoltas
seu rito matinal.
Eram marias
Marias de carnaval
levando na patroa
as roupas do varal.
Marias de carnaval
levando na patroa
as roupas do varal.
O Morro da Cruz
não tinha luz
nem televisão.
Era apenas
Morro do Antão
não tinha luz
nem televisão.
Era apenas
Morro do Antão
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