quinta-feira, 10 de abril de 2014
Sandra Rosenfeld...
Tudo passa… é uma meia verdade. Na maioria das vezes, restam marcas. Algumas superficiais e outras profundas. Algumas totalmente cicatrizadas, outras apenas aparentemente cicatrizadas e, ainda, outras que jamais cicatrizam, estão sempre com um curativo. Há perdas dificílimas de serem cicatrizadas de fato.
Quando penso sobre isso, imagino o meu coração e, provavelmente, o de todos nós cheios de cicatrizes. Quanto mais idade mais cicatrizes, porém isso não quer dizer mais profundas ou dolorosas, até porque a dor emocional é muito pessoal, variando de pessoa para pessoa.
Mas, de qualquer forma, todos temos machucados totalmente cicatrizados, nos quais podemos tocar sem sentir dor, são apenas lembranças de acontecimentos em nossas vidas, cicatrizes que estão ali marcadas somente. E temos também aquelas que pensamos cicatrizadas e, para nossa surpresa, basta um toque leve, descuidado, no acaso, e se abrem e, às vezes, até sangram.
E o que fazemos numa hora dessa? Alguns choram aquela dor novamente; outros fogem através de qualquer coisa, seja uma música agitada, uma bebida, um telefonema, enfim, o que for necessário para não vivenciar de novo; e outros, não sei se a maioria, mas muitos de nós, respiramos fundo, olhamos aquele machucado, reconhecemos, respiramos mais fundo e seguimos a vida.
Mais do que tudo passa, eu diria que o tempo ameniza tudo. Algumas coisas realmente passam, olhamos para trás e nos surpreendemos como aquele fato ou aquela pessoa que teve tanta importância em determinado momento, hoje, é apenas uma lembrança distante, sem nenhuma emoção negativa, trazendo apenas um sentimento neutro. E isso é muito bom.
O ideal seria conseguir cicatrizar todos os nossos machucados, de forma que não nos incomodassem mais. Como algumas marcas físicas que, com o tempo, até somem. Mas o ideal, como sabemos, é inatingível. E até alguns machucados físicos incomodam em determinas épocas ou situações.
O que podemos, então, fazer para cicatrizar nossos machucados, nossas dores, nossas perdas, da melhor forma possível, para que não venham a incomodar mais ou para que realmente consigamos seguir em frente apesar deles?
Uma resposta que não é fácil, mas que me arrisco a dizer, é cuidar deles como fazemos com nossos machucados físicos, que quanto mais bem cuidados mais rápido ficam bons e menos vão nos incomodar ou até nos limitar no futuro.
Existem pessoas que se tornam limitadas devido a machucados emocionais, às vezes, por um período; e, outras, pela vida toda. Uma pena, porque, quer desejemos ou não, tudo isso faz parte da vida e somos bem-sucedidos na vida quando conseguimos nos adaptar ao novo e superar as dificuldades, dessa maneira, seguindo, de fato, em frente, o que significa vivendo a vida, deixando as coisas acontecerem, arriscando de novo e de novo e mais
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