Claro que haverá sempre aqueles que só servem
mesmo para a comemoração e nunca poderá se contar com eles, nem com a escassa
utilidade que têm.
Mas existem os que timidamente se retraem, e na
distância sofrem muito pela desgraça do amigo, simplesmente por não saberem se
oferecer para ajudar, nem o que dizer para confortar.
Outros, ingenuamente, supõem que se falarem sem
parar, estarão desviando o foco doloroso. Ridiculamente, relembram experiências
tolas, ignorando que no sofrimento mais intenso a verdadeira ajuda não consiste
em distrair, mas em compartilhar.
Passado algum tempo é comum que a reminiscência
mais carinhosa daquela passagem sofrida não tenha sido o discurso formal, mas um
abraço prolongado ou um aperto de mão daqueles que se tem a sensação de que não
se quer soltar, ou simplesmente a cumplicidade de um silêncio.
Leo Buscaglia serviu de jurado num concurso de
histórias infantis e se encantou com o relato de um garoto de seis anos que
tinha um vizinho idoso, cuja esposa havia falecido recentemente. Ao vê-lo
chorar, encolhido no quintal, o menino pulou o muro e simplesmente se sentou ao
lado dele.
No dia seguinte, a família recebeu um buquê de
flores com o agradecimento comovido do vizinho.
Quando a mãe perguntou ao menino o que havia
dito ao velhinho, ele respondeu:
-Nada. Só o ajudei a chorar.
(J.J.Camargo)
(J.J.Camargo)
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