Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro.
Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória e se estende pela altura da pele.
Nada fica sem dor.
Também os olhos, que só armazenam as imagens do que já fora, doem.
A dor vem de afastadas distancias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros futuros.
Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.
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