segunda-feira, 16 de maio de 2016

Bartolomeu Campos de Queirós



  • Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro.
     Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os ossos, penaliza a memória e se estende pela altura da pele.
     Nada fica sem dor.
     Também os olhos, que só armazenam as imagens do que já fora, doem.
     A dor vem de afastadas distancias, sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros futuros.
     Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta.


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