Hoje, morar em Floripa virou um sonho de consumo. Não conheço brasileiro de bom gosto que não ame Floripa, que não persiga a Ilha nos verões abrasivos ou na amenidade de abril-maio, querendo testemunhar os mais belos "ocasos" do planeta - e, por tabela, ouvir os "casos raros" da ilha formosa. Seria o caso de se parodiar o samba famoso e versejar:
- Quem não ama Floripa/ Bom sujeito não é/ Ou é ruim da cabeça/ Ou doente do pé...
Há, contudo, "ruins da cabeça" que não acreditam mais na salvação da cidade, condenada ao imobilismo. E pregam, de forma mesquinha, uma política de "pão e água" para Floripa, cujos problemas urbanos "não mereceriam mais o investimento e a atenção dos governos".
Aí, perdem a razão. A esses poucos dedico um poema do modernista imortal Raul Bopp, que se enamorou de Floripa quando aqui esteve nos anos 1930. Versos livres, que chamou "Florianospi":
Florianospi de casaria tranquila/ Penteada com ar colonial/ As ruas abraçam a gente:/ - Como vais?/ Moças olham quem passa das janelas/ Criança faz pipi na calçada/ Na praça, as velhas árvores protegem os namorados.../ Ah, adeus cidade titia/ Que dá melado pra gente./
Pois é. Floripa dá melado para todos, mesmo para aqueles que contra ela destilam fel.
Sérgio da Costa Ramos
Diário Catarinense
Nenhum comentário:
Postar um comentário