Uma, duas, três, quatro, cinco meninas... imagino meu pai recebendo a notícia após o nascimento de suas filhas, com intervalos de um ou dois anos cada uma ... Cinco mulheres e nenhum homem. Eu sou a de número quatro. Não deve ter sido fácil para meus pais essa legião de mulheres, todas com pouca diferença de idade. Mas foi divertido... Muitas brincadeiras e naturalmente muitas brigas. As semelhanças são muitas: gostos para músicas, para filmes, para leituras, para viagens, para roupas, para comida, e com ela a tendência para engordar. Porém, as diferenças também existem, e elas muitas vezes trouxeram desentendimentos, especialmente no período da infância. É fácil reconhecer as principais características: a mais velha, muito criativa e muito cuidadosa consigo mesma; a segunda irmã, a mais simpática, expansiva e alegre; a terceira, mais calma e reservada; eu, muito tímida e envergonhada, e a caçula, a mais temperamental. A vida nos lapidou...A morte levou a irmã mais velha muito cedo, antes de completar os seus cinqüenta anos... A segunda irmã perdeu muito de sua alegria ao sofrer a maior dor do mundo: a perda prematura de uma filha; a terceira irmã recebeu uma tarefa divina de cuidar perpetuamente de uma filha especial; a penúltima irmã, eu mesma, me afastei ainda adolescente da família paterna e também muito cedo me envolvi com minha própria prole e meus próprios problemas; e a caçula, permanece a caçula, com o mesmo temperamento e sempre envolvida com os problemas dos outros. Um detalhe, porém permanece: o espírito de união. Sempre estivemos juntas, senão fisicamente, pelo menos espiritualmente. O tempo e os problemas serviram para solidificar ainda mais nosso afeto e mútua solidariedade. Entre nós existe uma forte ligação, um elo formado pela história de vida em comum. Reconhecemos e respeitamos nossas diferenças, porém o tempo só vem acentuando nossas semelhanças. É importante que seja assim, isso nos traz segurança e fortalecimento. Sei que a maturidade já é nossa companheira, mas nossa infância e juventude ainda se fazem presentes, especialmente quando estamos juntas. Que Deus permita que isso se mantenha ainda por muito tempo. Que assim como, juntas, criamos nossos filhos, possamos também unidas ver nossos netos nascerem e crescerem. Aliás, isso já está acontecendo, e estamos as quatro representando a avó que partiu antes de conhecer a neta. Procuramos desempenhar o seu papel e, ao mesmo tempo, sabemos e confiamos que ela ainda se faz presente, através de nós, suas quatro irmãs mais novas. ( Na foto- Tere, Dete e Ana- em São Lourenço do Sul)
Texto: Bernadete ( http://www.dirfam.blogspot.com/)
Texto: Bernadete ( http://www.dirfam.blogspot.com/)
Nenhum comentário:
Postar um comentário