quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Homenagens para Adenete...




Diego

Quando observamos um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade
que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz:
já se foi, haverá outras vozes,
mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro".
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos:
já se foi, no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando".
Chegou ao destino levando consigo
as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada
Richard Simonetti    


                        
Ana

Vá em paz nos braços carinhosos de Nossa Senhora, minha grande amiga,Adenete Rigo 💞




Kika... Minha amada irmã!

E é nisto que se resume
o sofrimento:
cai a flor, — e deixa o perfume
no vento!





Bel

Não é fácil pensar, estando tão longe, que já não voltarei a ver o sorriso da tia Adenete. Aquela gargalhada gostosa que afastava qualquer preocupação. Ou as expressões como “deu prá bola”, que eram tão suas. Aqueles óculos tão grandes protegiam olhos que muitas vezes estavam tristes, mas que nunca lhe impediam dar amor, a quem fosse. Haverá menos um abraço apertado ao chegar e partir de Passo Fundo no fim do ano. Já não levaremos tortéis de moranga à casa, nem os artesanatosque faziam sua arte tão presente em nossas vidas. “Ela nos deixou muito cedo”, minha mãe me disse quando lhe tentava consolar um inconformismo que eu mesma não podia esconder. E é verdade. Mas sua existência não acaba aqui, na matéria, vai muito além disso. Estará sempre presente nas nossas lembranças, nos bons momentos compartilhados, no amor que deixou em cada peça de artesanato, em cada conselho aprendido, no tempo que doou a todos nós... definitivamente, nas marcas que sua passagem material deixou na Terra. Sua existência continua em outro lugar, que como humanos ainda não podemos imaginar, mas compreender. Continuarei aprendendo deste grande ser humano e da história, força e determinação desta mulher exemplar durante toda minha vida. Os momentos que pude compartilhar com a tia Adenete me ajudaram a crescer e evoluir, e se hoje não consigo deixar de chorar, sei que logo encontrarei razões para sorrir e, principalmente, agradecer. É com muito amor que hoje me despeço e, por não poder estar presente, tento compartilhar com vocês em palavras meus sentimentos.  Bel



Ângela

Maria passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos.
Abrindo portas e portões.
Abrindo casas e corações.
A Mãe vai na frente e os filhos protegidos seguem seus passos.
Maria, passa na frente e resolve tudo aquilo que somos incapazes de resolver.
Mãe, cuida de tudo o que não está ao nosso alcance.
Tu tens poder para isso!
Mãe,vai acalmando, serenando e tranqüilizando os corações.
Termina com o ódio, os rancores, as mágoas e as maldições.
Tira teus filhos da perdição!
Maria, tu és Mãe e também a porteira.
Vai abrindo o coração das pessoas e as portas pelo caminho.
Maria, eu te peço: PASSA NA FRENTE!
Vai conduzindo, ajudando e curando os filhos que necessitam de ti.
Ninguém foi decepcionado por ti depois de ter te invocado e pedido a tua proteção.
Só tu, com o poder de teu Filho, podes resolver as coisas difíceis e impossíveis. Amém!



Felipe...


Vim ao velório de minha tia.
/ Querida Adenete, sabemos que agora você está em um lugar melhor. obrigado por tudo. você fará muita falta.
 Te amamos.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Para as mães que choram como eu...

                              


Ah, como sei o que sentem, como sei como choram, como sei do pensamento que vaga procurando o por que?
Como sei como é doída a saudade.

Como sei das lágrimas derramadas à noite ou debaixo do chuveiro.
Como sei a dor de ouvir uma palavra, uma música que nos lembra forte de quem partiu.
Mas, devo repassar o meu alento, repassar o meu conforto.
Todas as noites meu último pensamento é para meu filho (Deus me compreende) e fico na expectativa de sonhar com ele.
E sonho, e o abraço e o beijo e acordo com com a sensação das suas mãos acarinhando meu rosto, a sensação do seu beijo morno.
E assim, 14 anos se passaram, sem que eu ficasse um só dia sem chorar a saudade, sem lembrar e sem amargurar a vida que não vejo passar.
Meu conforto são os sonhos, como é bom sonhar com ele.
Quando ele se foi, estava com um lado da cabeça raspada, (Da cirurgia). Algum tempo depois, aquele lado raspado, no sonho, estava crescido, os cabelos estavam um lado muito grande e o outro menor e rimos os dois daquela situação.
Depois, sonhei com ele, já com os cabelos de um tamanho só, como se tivesse cortado-os à navalha, não muito grande nem raspado.
Hoje, sonho com ele já homem feito, as roupas que usa no sonho são sempre ou azuis ou brancas, mas um azul que nunca vi na terra, um branco tão branco que me ofusca, mas o seu abraço, ah! o seu abraço, é terno como sempre foi, o seu beijo é morno como se vivo estivesse.
Por isso, minhas irmãs de saudade e dor, vivam com a expectativa de sonhar com seus filhos, vivam como eu vivi, porque no sonho, a gente vê, a gente sente, a gente vai com eles, a gente vive com eles.
No sonho, a partida é a chegada.
No sonho, a morte é a vida.
No sonho, as lágrimas são de alegria.
No sonho, a vida é real.
Um beijo de saudade a cada uma de vocês.
E lembrem-se:
Se tomam algum remédio para dormir, tentem não tomá-lo, a primeira noite é difícil, mas depois tudo se torna mais fácil.
(Ressuscitando Sonhos, enviado pela seguidora Railse Araújo Andrade)

O Pequeno Príncipe...Libras


Pe.Fábio de Melo - A dor de ver um filho partir...